
Governo de MG muda posição e libera vacinação de adolescentes sem comorbidades contra Covid
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte também vai manter imunização se houver disponibilidade de doses.
Depois de a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) anunciar que seguiria a orientação do Ministério da Saúde de não vacinar adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19, o chefe da pasta, Fábio Baccheretti, disse, em evento nesta sexta-feira (17), que o estado liberou a imunização deste grupo.
Segundo o secretário, Minas Gerais vai seguir o posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que afirmou nesta quinta-feira (16) que não há "evidências" que justifiquem a alteração da recomendação para uso do imunizante da Pfizer em todos os adolescentes de 12 a 17 anos.
Em três dias, Minas registra 62 casos da Delta; quinta morte é confirmada
Juiz de Fora e Belo Horizonte seguem na liderança em número de casos da variante Delta em Minas; novo óbito foi confirmado em Caratinga, no Vale do Rio Doce.
Mais transmissível e com sete mutações, a variante Delta da COVID-19 já está presente em quase todas as regiões de Minas Gerais. Apenas as macrorregiões Leste e Oeste ainda não computam infecções pela cepa. Os dados atualizados nessa sexta-feira (3/9) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostram que 236 amostras genotipadas identificaram a variante.
Do total de casos, cinco evoluíram a óbito. A nova vítima residia em Caratinga, no Vale do Rio Doce. Outras quatro mortes em decorrência da variante já haviam sido confirmadas pela pasta estadual. Elas moravam em Santa Luzia (Grande BH), Claro dos Poções (Norte de Minas), Rio Novo (Zona da Mata) e Uberaba (Triângulo).
Com a quarta maior população do estado, Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, concentra o maior número de notificações. Logo, o município registra 38 ocorrências, sendo que três casos suspeitos foram descartados, já que, no boletim anterior, a cidade contabilizava 41 amostras. Na vice-liderança está Belo Horizonte, que subiu de 13 para 24 registros.
Na sequência aparecem Itabirito (Central) e Unaí (Alto Paranaíba), que não tiveram aumento de casos e, portanto, seguem com 12 diagnósticos cada.
Entre as macrorregiões de saúde de Minas Gerais, a liderança é da Sudeste com 103 diagnósticos. Depois aparecem Centro (64), Noroeste (17) e Norte (11).
O monitoramento das variantes em circulação no estado é feito pela SES-MG por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde e da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A transmissão da Delta e a eficácia das vacinas
Conforme mostrou a reportagem do Estado de Minas ), Guilherme Furtado, líder médico da Infectologia do HCor, em São Paulo, reforçou que a variante é motivo de preocupação pelo fato dela ter sete mutações.
“(...) uma delas, a mutação P681R, na proteína spike, leva a uma maior quantidade de vírus nas vias respiratórias, uma maior transmissibilidade e, com isso, uma chance de disseminação mais importante na população, principalmente na parcela não vacinada”, afirmou.
Durante um bate-papo com profissionais de saúde transmitido pelo Portal UOL no dia 23 de agosto, a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcomo, destacou que as vacinas têm uma ligeira redução de eficácia em relação à Delta.
Mesmo assim, o médico Guilherme Furtado ressaltou que os imunizantes que estão sendo utilizados no Brasil, aparentemente, possuem uma boa ação contra essa variante.
Por fim, o especialista diz ser fundamental que toda a população se vacine, independentemente da vacina disponível, e complete o ciclo vacinal com as duas doses.
Variante Mu chega em Minas
O governo de Minas, por meio da SES-MG, também confirmou nessa sexta-feira cinco casos da variante Mu, originária da Colômbia, no estado. Três pessoas foram infectadas pela nova cepa em Virginópolis e outras duas em Guanhães. As cidades ficam na região Leste do estado.
A Organização Mundial de Saúde afirma que a variante Mu pode ter mutações que apresentariam resistência às vacinas. No entanto, estudos estão sendo realizados para entender melhor os efeitos da cepa.
Cresce incidência da variante Delta da COVID-19
em Minas Gerais
Variante Delta, mais perigosa, já predomina em estudos genômicos realizados pelo governo de Minas.
As regiões Central (onde está Belo Horizonte, capital mineira), Sudeste, Leste do Sul (próximo ao Rio de Janeiro, tido como epicentro da Delta no Brasil) e Noroeste (Unaí) de Minas são as que mais demandam atenção no momento, segundo o governo. Baccheretti, contudo, relembra: os cuidados são os mesmos do que a variante Gama ou qualquer outra cepa da COVID-19.
"O que vale lembrar: variante Delta, variante Gama, variante Alfa, que são as variantes que circulam no Brasil, exigem o mesmo cuidado. Uso de máscara, distanciamento social, higiene das mãos e vacinação. Não há diferença das condutas de cada indivíduo do estado ou do poder público que não seja fomentar esses cuidados e a vacinação com duas doses", completou.
Minas ultrapassa 37 mil mortes pelo Corona vírus
Minas Gerais registrou 9.404 casos e 252 mortes pelo Corona vírus em 24h.
Minas Gerais registrou 9.404 casos e 252 mortes pelo Corona vírus em 24h. Ao todo, o Estado chegou a 1.451.836 infectados e 37.005 mortos.
Do total de contaminados, 75.133 pessoas estão em acompanhamento e 1.339.698 já se recuperaram da doença.
Dentre os mortos, 76% tinham mais de 60 anos e 68% tinham outras comorbidades associadas à Coronavírus.
O primeiro lote com 1 milhão de doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 chega ao Brasil nesta quinta-feira, 29. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o presidente regional da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, vão receber a carga no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo, às 19h.
Segundo o Ministério da Saúde, a remessa faz parte do acordo firmado entre a pasta e a farmacêutica em 19 de março, que totaliza 100 milhões de doses de vacinas até o fim do terceiro trimestre deste ano. As primeiras doses foram produzidas na fábrica da Pfizer em Puurs, na Bélgica.
O imunizante, que pode ser aplicado em pessoas a partir de 16 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas, já tem registro para uso definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em março deste ano, a Pfizer e a BioNTech assinaram um acordo com o governo brasileiro para o fornecimento de 100 milhões de doses da ComiRNAty até o fim do terceiro trimestre de 2021, com um cronograma de doses crescente ao longo dos próximos meses.
Como será a distribuição
Diferentemente das vacinas de Oxford/AstraZeneca e Coronavac, a ComiRNAty, vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19, exige armazenamento em baixas temperaturas de refrigeração para maior durabilidade do imunizante.
A Anvisa aprovou o transporte e armazenamento a uma temperatura de -20ºC por um período único de até duas semanas. A mesma autorização já havia sido concedida nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA), equivalente à Anvisa no Brasil.
Além disso, a vacina possui um prazo de validade de seis meses quando armazenada em temperatura de -75°C. A Pfizer disse ainda que desenvolveu uma embalagem inovadora em caixas nas quais o armazenamento da vacina a -75ºC pode se dar por 30 dias, desde que adequadamente preenchida com gelo seco.
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A vacina Oxford/AstraZeneca contra covid-19, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estimula resposta imune capaz de fazer frente à variante P.1, que se espalhou rapidamente pelo Brasil depois de ter sido detectada pela primeira vez em Manaus. A avaliação é do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, que apresentou hoje (22) estudos que indicam a efetividade da vacina "no mundo real", quando a eficácia dos testes clínicos é posta à prova.
"Até o momento, as informações são de tranquilidade. Os dados são de que temos, sim, uma variante de preocupação, que tem, sim, uma capacidade maior de transmissibilidade. A gente está vendo um momento da pandemia muito difícil em boa parte do Brasil, mas a boa notícia é que, apesar de todas essas características, a vacina, nesse momento e para essa variante, tem a condição de ser utilizada como uma ferramenta de controle".
A vacina de Oxford é uma das mais aplicadas no mundo atualmente e tem outras vantagens, como o custo mais baixo e a possibilidade de armazenamento em refrigeradores menos avançados, com temperaturas de 2 a 8 graus Celsius.
Além disso, a vacina traz um incremento da resposta imune que vai além da produção de anticorpos. Krieger explicou que as novas plataformas tecnológicas, como a da vacina de Oxford, se caracterizam por instruírem as células humanas a produzirem traços do antígeno, que, em seguida, despertam as defesas do corpo humano. Nas plataformas consideradas tradicionais, as vacinas trazem o vírus inativado (morto), ou vivo e atenuado (enfraquecido).
O que os estudos têm apontado, segundo o vice-presidente da Fiocruz, é que as vacinas de segunda geração têm demonstrado desempenho maior na defesa chamada de resposta celular, que se dá quando o corpo humano destrói as células que já foram infectadas pelo vírus, impedindo que ele as utilize para se replicar. Essa é uma linha de defesa complementar ao ataque que os anticorpos promovem contra os microorganismos invasores.
São vacinas de segunda geração tanto as vacinas de RNA mensageiro, como as da Pfizer e da Moderna, quanto as de vetor viral, como a Oxford/AstraZeneca, a Sputnik V e a Janssen.
"Estamos vivenciando uma verdadeira revolução no campo das vacinas. Elas foram desenvolvidas de uma maneira muito rápida e estão demonstrando efetividades muito maiores do que as das vacinas tradicionais", afirma.
Um estudo publicado nesta semana pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e outras instituições indica que os anticorpos produzidos pela imunização reconhecem mais a variante britânica e menos a variante sul-africana, que acumula um número maior de mutações. A variante P.1, brasileira, fica em uma posição intermediária nessa escala. Quando é analisada a resposta imune celular, entretanto, dados de outro estudo publicado por uma universidade americana mostram que ela não se altera de forma significativa diante das variantes.
"Os resultados são ainda melhores. Na verdade, as variantes de preocupação, até esse momento, têm causado um impacto muito menor nessa resposta celular", disse Krieger. "Isso dá uma confiança maior de que essa vacina terá condição de manter, frente à variante brasileira, esses dados de efetividade".
Eventos adversos
O acompanhamento da vacinação ao redor do mundo também já tem produzido os primeiros dados nos estudos chamados de fase 4, ou farmacovigilância. As fases 1, 2 e 3 dos estudos clínicos são as que garantem a eficácia e a segurança da vacina antes da disponibilização à população. Na fase 4, é analisado o desempenho do imunizante já registrado por agências reguladoras e disponível à população, o que gera dados importantes e de maior escala sobre eventos adversos, duração da imunidade e confirmação da eficácia.
Integrante do Comitê de Acompanhamento Técnico-Científico das Iniciativas Associadas a Vacinas para a Covid-19 e membro do comitê de especialistas em vacinas da Organização Mundial de Saúde, a pesquisadora Cristiana Toscano afirma que as vacinas contra covid-19, em geral, têm apresentado como eventos adversos mais frequentes dor no local da injeção, febre, cansaço, dor muscular e dor de cabeça. "Muito semelhantes a eventos relacionados à vacinação ou pós-vacinação de outras vacinas, para outras doenças", compara ela.
No caso da vacina Oxford/AstraZeneca, chamou a atenção dos pesquisadores a ocorrência de eventos bastante raros ligados à formação de coágulos na corrente sanguínea (trombose) associada a uma baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia). No Reino Unido, país que aplicou o maior número de doses da vacina, foram identificados quatro casos a cada 1 milhão de vacinados.
As causas desses eventos ainda estão sendo investigadas pela comunidade científica internacional, mas Cristiana Toscano reforça a recomendação da vacinação. A pesquisadora lembra que qualquer medicamento envolve riscos de eventos adversos e que, quando comparados à proporção que ocorreram nos vacinados, episódios semelhantes de formação de coágulos são mais frequentes entre fumantes, mulheres que usam anticoncepcionais e principalmente pessoas que contraem covid-19.
Se entre cada 1 milhão de vacinados, 4 apresentaram o evento adverso raro no Reino Unido, episódios de trombose foram observados em 165 mil de cada 1 milhão de casos de covid-19, cita a pesquisadora.
"A gente já tem estudos de efetividade que mostram que a vacina da Oxford/AstraZeneca previne aproximadamente 90% de hospitalizações e quase a totalidade de óbitos, e, considerando os riscos de hospitalização em UTI e morte por covid, os benefícios da vacinação são muito superiores a qualquer eventual, e a esse especificamente, risco possivelmente associado à vacina", destaca.
Cristiana Toscano reforça a recomendação de órgãos internacionais de que seja feito um monitoramento rigoroso dos eventos adversos, com orientações para que a população comunique possíveis reações ao sistema de saúde. Para quem apresentar episódios de trombose associados à baixa contagem de plaquetas depois da primeira dose, a recomendação é não receber a segunda dose.
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Nosso meio de proteção ainda é o distanciamento social.
ResponderExcluirPor isso , alunos queridos, se cuidem e ajude todos da sua família a se cuidarem também.
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